Salve Januário !

Durante a rodada do final de semana do Brasileirão, me peguei criticando os narradores esportivos. Esses nomes de sempre que já estão por aí há 10, 15 ou 30 anos. Foi aí que surgiu uma daquelas lembranças que ficam na memória, gravadas desde quando você é pequenino. Lembrei das tardes de domingo que passava na casa da minha avó, no Rio de Janeiro, assistindo aos jogos do Flamengo e escutando a narração do glorioso Januário de Oliveira, me refastelando de sorvete de creme e guaraná Antarctica.

O Januário nunca foi muito badalado em SP, ele sempre foi um especialista no futebol carioca. O mago da narração, como ele ficou conhecido graças aos bordões criativos ou expressões tiradas do fundo do baú, com certeza é um dos mais carismáticos narradores que o Brasil já teve a chance de escutar. Frases inusitadas como: “Taí o que você queria, bola rolando no Maracanã…”, “Tá lá um corpo estendido no chão”, “Sinistro, muito sinistro…”, “Olhos nos olhos, se passar fica na boa…”, “Acabou o milho, acabou a pipoca, fim de papo” preenchiam as narrações do folclórico Januário.

Foi ele que tornou Sávio, aquele menino franzino do Mengão de Romário e Edmundo, no meu ídolo de infância: o Anjo Loiro da Gávea.

Acho que no fundo, o que o Januário fez foi colocar um pouco de humor no futebol. Sem essa preocupação e chatice do futebol hoje.

Se você não conhece ou não lembra, ta aí um vídeo para conferir.

Cruel, muito cruel!


Está valendo !

A pergunta é: quem é que nessa altura da vida, do alto dos seus 27 anos, com um monte de tarefa acumulada na lista de “a fazer”, resolve, em sã consciência, começar a escrever um blog?

Não sei. Mas talvez a resposta seja : por que não? Uma indagação como resposta para uma pergunta não é das coisas mais lógicas, mas as coisas lógicas às vezes cansam.

Enfim. Não odeio nada, mas critico – e muito. Tenho muito amor e só um pouco de ódio no coração. Acredito no mundo, mas tenho um pouco de medo das pessoas. Comprei uma bicicleta novinha e ainda assim continuo andando de carro. Esses e muito outros motivos me trouxeram aqui.

Não me considero um grande escritor, ator, jogador de futebol ou bebedor de cerveja. Mas acho que faço tudo isso um pouco muito bem. Minha ousadia me deixa afirmar que talvez tenha um pouco a colaborar com o mundo.

Boa sorte!