Salve Januário !

Durante a rodada do final de semana do Brasileirão, me peguei criticando os narradores esportivos. Esses nomes de sempre que já estão por aí há 10, 15 ou 30 anos. Foi aí que surgiu uma daquelas lembranças que ficam na memória, gravadas desde quando você é pequenino. Lembrei das tardes de domingo que passava na casa da minha avó, no Rio de Janeiro, assistindo aos jogos do Flamengo e escutando a narração do glorioso Januário de Oliveira, me refastelando de sorvete de creme e guaraná Antarctica.

O Januário nunca foi muito badalado em SP, ele sempre foi um especialista no futebol carioca. O mago da narração, como ele ficou conhecido graças aos bordões criativos ou expressões tiradas do fundo do baú, com certeza é um dos mais carismáticos narradores que o Brasil já teve a chance de escutar. Frases inusitadas como: “Taí o que você queria, bola rolando no Maracanã…”, “Tá lá um corpo estendido no chão”, “Sinistro, muito sinistro…”, “Olhos nos olhos, se passar fica na boa…”, “Acabou o milho, acabou a pipoca, fim de papo” preenchiam as narrações do folclórico Januário.

Foi ele que tornou Sávio, aquele menino franzino do Mengão de Romário e Edmundo, no meu ídolo de infância: o Anjo Loiro da Gávea.

Acho que no fundo, o que o Januário fez foi colocar um pouco de humor no futebol. Sem essa preocupação e chatice do futebol hoje.

Se você não conhece ou não lembra, ta aí um vídeo para conferir.

Cruel, muito cruel!


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